segunda-feira, 16 de abril de 2012

A teologia do toma lá da cá

A lição da revista dominical da CPAD do trimestre passado, tratou sobre a "Verdadeira Prosperidade", combatendo veementemente a falaciosa Teologia da Prosperidade - pregada por muitos -, se os crentes fossem assíduos nos domingos matinais não seriam enganados, por qualquer "vento de doutrina". David Wilkerson condenou tal teologia dizendo: “Tais falsos profetas continuam em nosso meio! Eles usam as Sagradas Escrituras no campo das profecias; nas suas mensagens de prosperidade eles introduzem bastantes passagens bíblicas. Mas é falsa mensagem que eles pregam. Sua pregação não é a mensagem da cruz, nem a da santidade e da separação do mal” (Toca a Trombeta em Sião, p.129).

Em virtude disso, não poderia deixar de fazer uma análise rápida e sucinta do texto de 2 Coríntios 9, que tem sofrido na mão de alguns eisegetas — e não exegetas — da Teologia da Prosperidade. Segundo a eisegexe, essa passagem assevera, prioritariamente, que devemos semear dinheiro para colhermos mais dinheiro, ou seja, quanto mais você der (semear) mais você vai receber (colher). Será que era isso mesmo que Paulo estava dizendo? Não há dúvida nenhuma que Deus abençoa aqueles que contribuem para a sua obra – isto é bíblico. Contudo o texto em Paulo ensinou os coríntios a contribuírem, antes de tudo, por generosidade, e não por necessidade, como que desejando colher mais do que foi semeado.

Ao fazermos uma exegese – e não eisegexe como fazem os pregadores da prosperidade – da aludida passagem, descobrimos que a lei do “semear e colher” foi apresentada pelo apóstolo Paulo dentro de um contexto de auxílio generoso aos pobres. Nada tem que ver com desafios egoísticos para obter prosperidade, riquezas. O texto de 2 Coríntios 8.1-6 mostra que os macedônios, conquanto pobres, ofertaram do pouco que tinham para socorrer os irmãos de Jerusalém, um ato de amor.

Desta forma, quando o Apostolo Paulo estimulou os coríntios a serem generosos a favor dos santos de Jerusalém, era notório que eles passavam por sérias dificuldades (2 Co 9.1-5). Os apóstolos haviam solicitado a Paulo e a Barnabé que se lembrassem dos pobres (Gl 2.9,10), e eles trouxeram uma contribuição de Antioquia a Jerusalém (Rm 15.25-32). E foi nesse contexto que o tal apóstolo disse aos crentes de Corinto: “Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará” (2 Co 9.6). Ele desejava que os coríntios contribuíssem com espontaneidade e alegria, e não por causa do que receberiam em troca. Deus não barganha. A lei do "toma lá da cá" não funciona com o Soberano!

Apenas servo,

Anderson Ribeiro

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