quarta-feira, 27 de junho de 2012

É correto cobrar para ministrar nas igrejas?

Não é de hoje que recebo convites para ministrar a Palavra de Deus e não é de hoje que os representantes das igrejas me perguntam: “Quanto você cobra?”, “Qual o seu cachê?”. A estas perguntas eu respondo sempre. Não cobro nada, mas aceito uma oferta de qualquer valor. Faço isso por alguns motivos:


Em primeiro lugar o termo “cachê” provém do francês cachet e, desde o século XVII, é usado para designar a retribuição dada a um artista por representação ou concerto. Segundo Houaiss, alude à “remuneração que ator, músico ou outro artista recebe por apresentação”. Trata-se de uma “quantia paga a quem se apresenta em públicos especialmente a artista que se apresenta num espetáculo (de teatro, música, dança, variedades etc.) ou que participa de uma produção cultural ou publicitária”. O pregador bem como um cantor não está indo SE apresentar, mas sim apresentar a todos o Autor e Consumador da nossa fé.


O problema nos grandes “cachês” é que as pessoas preferem “contratar” um “astro gospel” por um alto valor do que reverter esse valor para a obra de Deus. Pessoas que não ofertam nem dizimam para Deus, mas se dobram e se desdobram para juntar um montante para o homem. Esses convidados (pregadores, cantores, etc...) estão presentes apenas enquanto o evento acontece, depois eles se vão, mas o Senhor está presente na igreja todos os dias, e mesmo assim honramos mais o homem que a Deus.


Em segundo lugar deve-se exigir dinheiro para ministrar a Palavra de Deus? Ora, não foi o próprio Senhor Jesus, ao enviar pregadores, ensinou: “de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8). Entretanto, quem convida um conferencista, por assim dizer, deve honrar o seu ministério, ser-lhe gratidão, cobrindo todas as suas despesas, hospedando-o bem e lhe dando uma “oferta”. Isso é uma forma de reconhecer que o preletor, ao atender o convite, afinal, ele absteve-se de estar com a família, deixou a sua igreja local, renunciou atividades importantes e abriu mão de um período de tempo que poderia usar em seu benefício e da família. Contudo, não podemos exigir um valor fixo. Se a igreja não puder pagar o convidado não irá cantar ou pregar? Isso é colocar o dinheiro acima da obra de Deus. Uma vez que quem capacitou o homem foi Ele. E nos capacitou para que a Sua obra fosse feita. Quando buscamos primeiro o Reino de Deus e a sua justiça Ele cuida (Mt 6.33).


Por isso afirmo sem titubear, prefiro pregar a Palavra de Deus de graça e não ter valor para homem, do que prega-la por um alto preço e não ter valor para Deus. Ele já pagou um alto preço por mim, não preciso nem devo cobrar para anunciar o que Ele fez na Cruz. “Mais importa agradar a Deus do que aos homens” (At 5.29)


Em Cristo,

Anderson Ribeiro

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